sucessão empresas familiares

Sucessão em empresas familiares

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Sucessão em empresas familiares

Para garantir o desenvolvimento sustentável, com governança corporativa e planos sólidos a curto, médio e longo prazos, as empresas familiares devem sempre pensar, discutir, planejar e executar um planeamento de sucessão.

De acordo com dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as empresas familiares são responsáveis por 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e 75% dos empregos do País.

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lançou recentemente a publicação ‘Sucessão em Empresas Familiares’, onde ressalta que para as empresas familiares continuarem competitivas, os espaços de liderança e sucessão precisam ser construídos tendo como base a diferença entre a expectativa de quem está saindo e a de quem está chegando. E à luz dos conflitos geracionais, a governança corporativa serve de alicerce para temperar o processo sucessório e não deixar a estratégia do negócio desandar. 

Diretora da Galvão Locações, Fátima Galvão

É fundamental que as empresas reconheçam a finitude de seu gestores e desenvolvam a capacidade de construir um legado para as gerações futuras para a família. A diretora da Galvão Locações, Fátima Galvão, fala nessa entrevista sobre o assunto e também como a sua empresa está fazendo esse planejamento sucessório. Confira!

Como deve ser preparada a sucessão em empresas familiares? 

Anteriormente, os proprietários e fundadores das empresas não tinham essa preocupação. Mas com todos os avanços existentes no mundo moderno, a grande maioria das empresas familiares, hoje faz investimento e planeja esse processo com o objetivo de manter o futuro da empresa.

As empresas familiares foram construídas a partir do sonho, do ideal do seu fundador, e é necessário que os herdeiros viabilizem esse processo para a perpetuação da marca; a garantia do papel social que a empresa tem hoje. E principalmente, o retorno sobre o capital investido pelo fundador ao longo de sua vida.

É possível trabalhar internamente ou é indicado um consultor externo? 

Hoje os empresários já fazem a análise desse processo com maior frieza e sempre é bom ter um consultor externo, sem vínculos emocionais com a família para colocar esse processo em andamento. Muitas vezes são necessários muitos anos para convencer o fundador a dar inicio a esse processo. E outras vezes, com o óbito inesperado do mesmo, são os herdeiros que precisam dar esses encaminhamentos.

Quais as maiores dificuldades e erros nesse processo? 

Não vejo como erros, e sim como aprendizagens que vão acontecendo ao longo no processo. As dificuldades maiores são a de identificar, nos herdeiros, o interesse na continuidade do negócio da família, se eles têm capacidade técnica e emocional para lidar os as relações familiares, sem as perder de vista. É muito importante que a família mantenha seu vínculo de amizade e respeito forte, deixando de lado as diferenças individuais e pensando no sucesso do processo de sucessão.

Como lidar com diferenças/problemas quando se trata de sucessão? 

Com o apoio do consultor externo, os problemas vão sendo solucionados durante todo o processo, conforme vão surgindo.

Como agir com os colaboradores da empresa para que todos façam parte do processo? 

Quando a empresa vem sendo preparada ao longo dos anos para esse processo de sucessão, as coisas acontecem naturalmente, sem grandes desgastes para os colaboradores, melhorando o desempenho dos mesmos, pois foram sendo informados ao longo do tempo. E estão conscientes de que ninguém é eterno.

Como foi a história sucessória na Galvão? 

Meu pai faleceu em 2004 e eu já trabalhava na empresa desde maio de 2000. Sempre conversando com minha mãe, pessoa lúcida e com excelente raciocínio, fomos amadurecendo a idéia e iniciamos o processo fazendo a avaliação de competências dos netos. Saber se eles tinham ou não interesse em trabalhar na empresa, se eles tinham habilidades e competências para tal. Hoje na Galvão Locações temos duas pessoas, minhas sobrinhas, que se interessaram e passaram por todo o processo de avaliação, conhecimento da empresa, foram trainees sempre com o acompanhamento de um profissional especialmente contratado para esse fim.

Hoje estamos em outra fase, pois escrevemos um Protocolo Familiar onde algumas normativas foram estabelecidas para que o processo sucessório tenha o mínimo de dano à empresa e aos clientes internos e externos.

A Galvão trabalha isso hoje em dia?  Como? Há um planejamento? 

Sim, existe um planejamento sucessório em andamento com a implantação de uma Governança Corporativa. Para esse papel temos um sobrinho que mora em São Paulo, com larga experiência em empresas familiares e excelente formação profissional, filho da minha irmã mais velha que, com um Consultor Externo, vem implantando essa nova etapa para a gestão da empresa.

E os próximos passos da Galvão? 

Os próximos passos são o cumprimento do planejamento de ações que já estão em andamento. O cuidado maior está frente aos problemas de saúde publica que estamos enfrentando nos últimos 18 meses. Mas esperamos que nos próximos dois ou três anos essa estrutura de Governança Corporativa esteja internalizada pelos herdeiros que hoje trabalham na empresa.

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