Mais do que o trabalho, as pessoas serão o foco nos escritórios após a pandemia

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Passados cinco meses da chegada da pandemia ao Brasil, ainda é arriscado determinar o que será dos espaços corporativos quando a Covid-19 estiver controlada. Uma certeza, no entanto, os especialistas já têm: mais do que o trabalho, os escritórios terão como foco as pessoas.

A necessidade do isolamento social, que levou muitas empresas a, do dia para a noite, adotarem o “home office compulsório” para proteger a saúde de seus funcionários, fez também com que elas percebessem que é possível alcançar resultados, e até aumentar a produtividade, mesmo que os colaboradores não estejam todos sob o mesmo teto. Diretores executivos globais, por exemplo, são taxativos quanto às mudanças provocadas pela pandemia: 78% deles acreditam que o trabalho remoto veio para ficar, segundo dados da pesquisa divulgada pela PwC, que ouviu quase 700 CEOs.

Da mesma forma, pesquisas internas e externas apontam que muitos dos profissionais pretendem manter o trabalho remoto, integral ou parcialmente, depois de controlada a transmissão do coronavírus e caso tenham a possibilidade de escolha. No setor imobiliário, por exemplo, 45% das empresas de construção civil e arquitetura ouvidas por uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica pretendem manter o trabalho remoto como opção para seus colaboradores, com boa parte delas (37%), considerando a presença física no escritório em pelo menos 50% da jornada. Os dados foram apresentados no webinar “O futuro dos escritórios e os escritórios do futuro”, realizado nesta terça-feira (18) pela Brain em parceria com a HAUS.

“O que esperar para os escritórios no pós-pandemia?
Manter grandes plantas para que apenas parte dos funcionários as utilize diariamente é viável? Reduzi-las ao máximo e limitar a presença dos colaboradores nos espaços da empresa é uma opção? Para os especialistas, a saída para o cenário pós-Covid-19 está no equilíbrio e na solução que melhor irá atender as necessidades da empresa e de seus funcionários e responder à cultura de cada organização.

“O escritório é um catalizador da cultura da empresa. O trabalho remoto, que não é necessariamente o home office, é inexorável, ele veio para ficar. Por um ou dois dias na semana, acredito que a maioria das empresas acabará aderindo [ao modelo] para os funcionários administrativos”, aponta o arquiteto Sérgio Athié, sócio-fundador do Athié Wohnrath, um dos mais renomados escritórios de arquitetura voltado a projetos corporativos no país. “Ao mesmo tempo, em as pessoas estando mais afastadas da empresa, quando elas vão até lá precisam ter uma experiência super positiva de integração”, acrescenta.”

Passados cinco meses da chegada da pandemia ao Brasil, ainda é arriscado determinar o que será dos espaços corporativos quando a Covid-19 estiver controlada. Uma certeza, no entanto, os especialistas já têm: mais do que o trabalho, os escritórios terão como foco as pessoas.

A necessidade do isolamento social, que levou muitas empresas a, do dia para a noite, adotarem o “home office compulsório” para proteger a saúde de seus funcionários, fez também com que elas percebessem que é possível alcançar resultados, e até aumentar a produtividade, mesmo que os colaboradores não estejam todos sob o mesmo teto. Diretores executivos globais, por exemplo, são taxativos quanto às mudanças provocadas pela pandemia: 78% deles acreditam que o trabalho remoto veio para ficar, segundo dados da pesquisa divulgada pela PwC, que ouviu quase 700 CEOs.

Da mesma forma, pesquisas internas e externas apontam que muitos dos profissionais pretendem manter o trabalho remoto, integral ou parcialmente, depois de controlada a transmissão do coronavírus e caso tenham a possibilidade de escolha. No setor imobiliário, por exemplo, 45% das empresas de construção civil e arquitetura ouvidas por uma pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica pretendem manter o trabalho remoto como opção para seus colaboradores, com boa parte delas (37%), considerando a presença física no escritório em pelo menos 50% da jornada. Os dados foram apresentados no webinar “O futuro dos escritórios e os escritórios do futuro”, realizado nesta terça-feira (18) pela Brain em parceria com a HAUS.

O que esperar para os escritórios no pós-pandemia?
Manter grandes plantas para que apenas parte dos funcionários as utilize diariamente é viável? Reduzi-las ao máximo e limitar a presença dos colaboradores nos espaços da empresa é uma opção? Para os especialistas, a saída para o cenário pós-Covid-19 está no equilíbrio e na solução que melhor irá atender as necessidades da empresa e de seus funcionários e responder à cultura de cada organização.

“O escritório é um catalizador da cultura da empresa. O trabalho remoto, que não é necessariamente o home office, é inexorável, ele veio para ficar. Por um ou dois dias na semana, acredito que a maioria das empresas acabará aderindo [ao modelo] para os funcionários administrativos”, aponta o arquiteto Sérgio Athié, sócio-fundador do Athié Wohnrath, um dos mais renomados escritórios de arquitetura voltado a projetos corporativos no país. “Ao mesmo tempo, em as pessoas estando mais afastadas da empresa, quando elas vão até lá precisam ter uma experiência super positiva de integração”, acrescenta.

Para ele, esta é uma das grandes mudanças em relação ao que se vinha produzindo pré-pandemia para os espaços corporativos. Ou seja, o espaço, que antes era pensado para abrigar estações de trabalho, com foco maior na produtividade, agora ganha o caráter de área de troca, de colaboração, sendo pensado para as pessoas, com espaços de cafés maiores, por exemplo, nos quais elas realmente possam interagir e construir, deixando as atividade individuais, focadas, para os dias em que estarão em trabalho remoto.

“As empresas estão muito preocupadas com os colaboradores, se eles irão se sentir bem nestes espaços e se estes serão adequados para cada tipo de atividade que eles irão realizar quando forem ao escritório”, completa o arquiteto.

Neste sentido, e como uma consequência do isolamento necessário para o controle da pandemia, a atenção as áreas abertas e que propiciem o contato com a natureza, seja por meio da reconfiguração de jardins ou de rooftops para que, além do paisagismo, funcionem como locais de trabalho, também ganha destaque.

Cultura empresarial: a âncora dos espaços corporativos
Além de um ponto de referência para o mercado (e, também, para a equipe), o escritório com endereço fixo cumpre outro importante papel no mundo corporativo: servir de espaço para a formação da cultura da organização que abriga.

“Podemos ensinar conhecimentos técnicos à distância, mas ensinar o que é a empresa é como dizer para uma criança que ela pertence à família. Para ela se sentir um filho, é preciso que esteja conectada. A cultura do pertencimento depende basicamente do relação e da proximidade humana”, lembra Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain. “A cultura é o que faz uma empresa dar certo ou errado. E o ser humano é um ser social, nós nos identificamos com a cultura de maneira presencial. Estamos vivendo cinco meses de cultura remota forçada. Integração, cultura, valor: isso, digitalmente, não é tão fácil [de se alcançar]”, acrescenta Tiago Alves, CEO da Regus & Spaces, um dos principais coworkings do mundo, no Brasil.

E isto não significa, necessariamente, a manutenção das grandes lajes corporativas. Além do close to home office, que permite aos profissionais trabalharem perto, mas não necessariamente em casa, como em espaços de coworking, por exemplo, despontam como tendência novos formatos de escritórios, como o squad office, que funciona como uma célula de equipes de trabalho.

“Você tem um escritório com 200 pessoas e quebra isso em cinco de 40. Assim, diminui o risco de contágio e [caso ele ocorra] coloca um número menor de pessoas em quarentena. Este é um conceito que tem sido bastante pedido pelas grandes empresas, mas que vai além disso. O squad office leva em consideração estar mais perto de onde as pessoas moram e o que elas fazem, em uma ideia de escritórios temáticos, segmentando as atividades”, conta Alves.

“Entra nesta lista, ainda, o anywhere office (escritório na nuvem), que permite ao colaborador trabalhar de qualquer lugar, em uma mescla de escritórios fixos e home office. “Os grandes centros não irão desaparecer, há muita demanda [para os ambientes corporativos]. Mas, com certeza, começaremos a ver essas tendências de migração de pequenos escritórios para áreas suburbanas”, finaliza o CEO.

Fonte: Gazeta do Povo, 19/08/2020

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